Os resultados que costumamos observar nos cursos de línguas, do inglês em especial, são deploráveis. Após 3 ou 4 anos de estudo, um percentual muito pequeno dos estudantes consegue manter um diálogo elementar com um estrangeiro.
Eis algumas razões para o fiasco dos cursinhos:
O material utilizado não reflete as necessidades do estudante. Em cursos regulares, os professores estão atrelados ao material e à seqüência imposta por eles.
O nível do curso vai tão rápido quanto o nível do aluno mais lento. É comum a divisão beginning/intermediate/advanced, o que não reflete a disparidade de desempenho dos alunos. Em alguns cursos de alemão para estrangeiros na Alemanha, por exemplo, há vinte níveis de competência diferentes para enquadrar os alunos!
Conversação pode ser aprendida, mas a fluência lingüística depende mais de praticar o certo do que aprender o certo. Regras gramaticais são aprendidas por meio de exercícios e aulas, mas as habilidades necessárias para uma conversação, como vocabulário e expressões idiomáticas, só vêm com estudo independente e prática em um ambiente de fala nativa.
Professores em geral são prescritivos e não descritivos. Eles tendem a explicar, usar e defender uma linguagem recomendada, que não é necessariamente a do dia-a-dia, apesar de mais escorreita.
Os cursos não utilizam critério de freqüência de uso. O estudante poderia economizar tempo se lhe fosse explicado o que praticar baseando-se no que é mais freqüente, tanto para o vocabulário quanto para fatos gramaticais. Por exemplo, seria mais prático em português ensinar a usar o verbo IR (vou) mais o infinitivo (procurar, comer) para explicar como usar o futuro (vou procurar, vou comer) do que a conjugação “procurarei”, “comerei”, menos usada. Mesmo quando ensinam ambos os fatos, os professores tendem a gastar a mesma quantidade de tempo com os dois.
Choque de interesses. O objetivo do estudante deve ser, como alguém que faz aulas de direção, abandonar o instrutor o mais rápido possível. Já o curso é estruturado para manter o aluno ao longo dos seis, oito semestres regulares.
Nosso conselho: Separe o estudo da gramática da prática de conversação. Adote materiais como livros e gibis originais. Há romances com vocabulário reduzido que são excelentes para fixação de estruturas linguísticas. Mas só leia textos em inglês que você leria (ou já leu) em português. O interesse no material tem relevância absoluta nesse caso!
Concorda? Tem mais ideias? Gostou? Deixe seu comentário!
É isso mesmo. Concordo que o aluno deve buscar mais meios de praticar e se familiarizar com o outro idioma. Quanto mais contato com a nova língua, melhor.
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De fato, Ana Pinheiro, esta falta de contato que você aponta seria mais um dos motivos acima. Bem lembrado!
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Concordo. Nos cursos convencionais, em grande parte, aprende-se uma língua artificial, muitas vezes ineficiente quando posta à prova no ambiente real. Conversação é fundamental. Comunicação é o que mais importa.
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Muito bom. Então quando o IPL propõe leitura de frases, e em seguida partir para a leitura de textos, está no caminho certo da comunicação real.
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